sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Projetos para a RMC

Prezado amigo
Wilson Portes

Conforme conversamos, a relação de projetos mostradas abaixo apresenta sugestões que poderão ser implementadas, além daquelas que tivemos a oportunidade de conhecer pela Imprensa.
Talvez estejamos sendo redundantes, mas a nossa preocupação foi e continua sendo expor o que consideramos oportuno, possível e sensível ao evento.
Obviamente tudo depende da existência de recursos e vontade real de empresários, da população da capital e de recursos estaduais e federais.
Temos tempo exíguo, mas ainda suficiente para a maioria dos empreendimentos sugeridos adiante.
Aqueles que não puderem ser concluídos continuarão úteis.
Reafirmamos nossa disponibilidade como IIrs.´. e engenheiros em apoio aos nossos amigos Orlando Pessuti e Wilson Portes.

Abraços

João Carlos Cascaes e Waldemar Laís
Curitiba, 9 de fevereiro de 2009



Sugestões projetos RMC – Copa do Mundo

Curitiba exige que se pense grande.
É uma cidade que crescerá muito, pois tem topografia (relevo) excelente, localização geográfica excepcional, povo preparado, entroncamento viário, clima temperado, infraestrutura em crescimento etc.

Nossas sugestões são apresentadas em ordem de inspiração, não obrigatoriamente na sequência ilógica. A aceitação (ou não) e divulgação é decisão eminentemente política e de ordem técnico-administrativa de Governo.

• Criar empresa de Transportes Metropolitanos do Estado do Paraná.
a. Essa empresa, capital misto, passaria a planejar e gerenciar projetos de transporte metropolitano em todo o estado do Paraná.
1. Existindo deverá poder contrair empréstimos, formar equipes, estudar e propor soluções.
2. A empresa, de preferência de capital misto, deverá ser capitalizada para ter consistência econômica.
3. A formação inicial poderá ser pela nomeação de um grupo diretivo e contratação de profissionais mediante concurso (grupo embrionário).
4. Os estatutos e condições de associação (com a CBTU e URBS, por exemplo) devem ser estabelecidos em seu contrato social.

• Utilização do canteiro central da Avenida das Torres para implantação de sistema O-Bahn.
a. Copel reestudaria a utilização das LTs existentes substituindo-as por uma subterrânea (138 kV) ou criando outra alternativa de ligação entre a SE Capanema e São José dos Pinhais.
b. Os veículos O-Bahn são ônibus convencionais com rodado guiado usando canaleta restrita, otimizada e podendo reduzir custos de obras de arte.
c. O sistema O-Bahn poderá ser usado em outras linhas metropolitanas.
d. As áreas sob os trechos elevados poderão conter garagens especiais (policiamento e socorro).
e. Esse circuito deve, pelo menos, atender o aeroporto e São José dos Pinhais para se viabilizar.
f. O custo inicial dessa ligação deve ficar em torno de cem milhões de dólares (via, terminais e veículos).

• Plano de calçadas para Curitiba com gerenciamento do município e apoio do Estado de modo a garantir transitabilidade de pessoas deficientes com segurança (piso, rampas, guias, iluminação, sinalização etc.) pelo centro da cidade e ao longo dos sistemas de transporte coletivo urbano.
a. O transporte coletivo começa em frente à casa, escola, lojas, igrejas, parques etc. de onde e para onde as pessoas transitam usando o transporte coletivo.
b. É insensato investir centenas de milhões de reais em metrô, bondes e ônibus e não aprimorar as calçadas.
c. A gerência dessas calçadas deve passar para o governo, assim como é feito com as pistas para veículos.
d. O custo desse investimento pode ser embutido no financiamento para os sistemas pesados (metrô, O-Bahn, bondes e trens metropolitanos).

• Reformar, aprimorar e fazer novos terminais de ônibus da RMC (vide padrão Pinhais) tornando-os centros de serviços sociais do Estado além de melhorar acessibilidade e segurança ao sistema RIT.

• Construir nova rodoviária em Curitiba .
a. Uma nova rodoviária poderá ser um centro de serviços de interesse do estado.
b. Usar as melhores técnicas de acessibilidade.
c. O custo de uma nova rodoviária pode ser dividido entre o Estado e a iniciativa privada.
d. Devemos pensar na importância de Curitiba, crescente e atraindo mais e mais visitantes.
e. Um bom exemplo é a cidade de São Paulo.
f. A atual Rodoferroviária pode ser dedicada ao transporte metropolitano, desativando-se a rodoviária velha.
g. Com a nova rodoviária replaneja-se o transporte da RMC, principalmente de Curitiba, para que todos tenham boa transitabilidade e os impactos sejam positivos.

• Ampliar a rede subterrânea de distribuição de energia do centro de Curitiba.
a. Redes subterrâneas tem maior confiabilidade e mais segurança contra vandalismos, acidentes com veículos, menor agressividade ambiental, etc.
b. No processo de mudança do sistema de distribuição será conveniente “enterrar” os circuitos de telecomunicações, “limpando” a cidade.
c. A Copel tem como aproveitar financiamentos especiais para esse tipo de obra.

• Implantar sistema de transporte elevado entre Campina do Siqueira e Santa Felicidade, passando sobre o Parque Barigui (monotrilho) e/ou pela rodovia (canteiro central).
a. Um sistema elegante e bem feito estimulará o turismo para Santa Felicidade
b. O trânsito para Santa Felicidade torna-se mais e mais difícil.
c. Um sistema elevado sobre o Parque Barigui possibilitará uma visão panorâmica da área.
d. Santa felicidade pode ser estimulada a se aperfeiçoar como bairro temático, mas, pra atrair mais visitantes, deve melhorar a acessibilidade ao bairro.

• Fazer mais estradas de ligação entre Curitiba e cidades da RMC.
a. Rodovias diretas entre as cidades da RMC fortalecem a integração.
b. Alguns circuitos atuais estão saturando com o transporte entre cidades mais distantes do estado e entre estados.
c. Ainda existem espaços para esse tipo de projeto.

• Construir contornos rodoviários nas cidades da RMC mais afetadas pelas rodovias, por exemplo, (urgente) na cidade de Campo Largo.

• Acelerar duplicação ou criação de mais rodovias paranaenses.

a. O Paraná tem pólos turísticos que podem ser mais atraentes se as estradas forem melhores (e menos caras, o famoso pedágio).

• Criar parque temático na RMC com restaurantes, área de shows regionais, exposição permanente das indústrias e produtos do povo paranaense, museu moderno, lojas, plantas e árvores típicas do estado, zoo etc.

a. Ampliar atrativos significa manter o turista mais tempo na região.

b. A Copa do Mundo será uma grande oportunidade de mídia para esses lugares.

• Criar equivalente Beto Carreiro na RMC (benefícios fiscais, incentivos).

• Criar centro de operação (real) do transporte coletivo da RMC com monitoramento, vigilância, coordenação e comunicação com os ônibus da RIT e terminais.

a. A operação real permite mudanças emergenciais de trajeto e horário assim como o acionamento de unidades de socorro.
b. Com recursos de informação dinâmica para os passageiros e funcionários do sistema teremos mais conforto e segurança assim como melhor utilização da frota.

• Instalar radar meteorológico em Curitiba conforme plano inicial do Simepar.
a. Aprimorar serviços de meteorologia com equipamentos e softwares atualizados.
b. O litoral do Paraná precisa de investimentos maiores para maior segurança em suas previsões.

• Aprimorar instalações da Defesa Civil adequando-a ao evento.
a. A Defesa Civil deve ter transparência, ser visível.
b. Campanhas educativas, manuais e programas educativos devem reforçar o trabalho da DC.
c. Dar à Defesa Civil um caráter técnico mais eficaz de modo a que nossas autoridades e o povo se sintam realmente mais seguros.

• Aprimorar hospitais e sistemas de pronto socorro.
a. Sugestão mais do que óbvia, mas justa e necessária. Grandes eventos sempre podem causar um número extraordinário de vítimas.

• Equipar a cidade com um bom centro de prevenção e combate a epidemias.
a. Será terrível se no ano da Copa tivermos alguma epidemia como a dengue, por exemplo.

• Promover construção de edifício monumento (torre com mirante, restaurantes etc. e centro de vigilância da cidade).

• Portal do evento com informações mais completas do Paraná.

a. Existem recursos de comunicação mal explorados.

• Promover concursos literários, cinematográficos, teatrais e musicais criando-se maior e melhor conceito de Curitiba e do Paraná no período precedente à Copa.

• Instalar usina de energia elétrica no centro da cidade para operação em emergência.

• Estimular a criação de sistemas para turismo ecológico (Quartelá, Rio Iguaçu, litoral etc.).

• Aprimorar a assistência ao turista.

• Transformar a Guarda Civil de Curitiba e pessoal do Estar em Policiamento Especial (sem armas, vigilância) da cidade.

• Modernizar equipamentos da DIRETRAN.

• Implementar o Projeto BEL na RMC com urgência.

a. “Paraná, e os paranaenses atendidos pela Copel, deverão ter em primeira mão a Internet do futuro com altíssima velocidade. O projeto BEL (Banda Extra-Larga) que está sendo desenvolvido pela Copel Telecomunicações terá recursos de cerca de R$ 500 milhões que serão revertidos num serviço inovador, de alta qualidade e inédito no mercado de telecomunicações.”

• Reformar e ampliar delegacias, triagem, cadeias etc. na RMC.

• Aprimorar vigilância ambiental


Adelaide O-Bahn
http://www.adelaidemetro.com.au/guides/O-Bahn.html
Reliability and safety are the hallmarks of the Adelaide O-Bahn guided busway. These qualities have been achieved through engineering innovation that allows buses to travel at high speed in complete safety and mechanical excellence that has resulted in very few bus breakdowns.
Special maintenance and recovery vehicles equipped with guide wheels are used for bus recovery and track maintenance. In the event of a mechanical problem, buses travelling the O-Bahn at up to 100km/h can stop in less than two bus lengths.

In the event of tyre damage on the front axle, the wheels are equipped with a metal inner tyre that prevents full deflation, allowing a loaded bus with deflated tyres to be driven up to 16km at a speed of 50km/h.
Engineering innovation excellence also extends to the busway itself, with special consideration given to aesthetics, economy and efficiency throughout the design process. The extensive landscaping along the busway complements the well designed infrastructure.

Fast Facts
• At 12 kilometres long, the Adelaide O-Bahn is the longest and fastest guided bus service in the world, travelling at speeds up to 100km/h.
• More than 7 million passengers a year, including local, interstate and overseas visitors use the O-Bahn. The system is capable of moving 18,000 people an hour in each direction.
• The busway consists of 5,800 sleepers, 5,600 pylons drilled to a depth of 3 metres, 4,200 track pieces, 25 bridges, 8 pedestrian overpasses and a 60 metre-long tunnel.
• Compared with equivalent rail systems, the O-Bahn is almost 50 per cent cheaper to operate while providing a faster, more flexible service than many other transit systems.
• At the time of building, the entire O-Bahn project, (including the bus fleet) cost $98 million.
Discover Adelaide’s “fast track” to a world of shopping
The Adelaide O-Bahn is a fast guided busway that travels through Adelaide's River Torrens Linear Park to an exciting world of shopping. Your journey takes you through beautiful parklands and past native birds and wildlife to Tea Tree Plaza Interchange and one of Adelaide’s premier shopping centres - Westfield Tea Tree Plaza.
On arrival, browse through Myer, Target, Big W, K-Mart and over 200 specialty stores and Hoyts nine Cinemas showing the latest hit movies for your enjoyment.

Fast facts on the Adelaide O-Bahn
• The longest guided busway in the world
• Travel at speeds up to 100kms per hour
• Enjoy scenery along the way, including the green parklands of the River Torrens Linear Park
• Cross 12 bridges
• Tea Tree Plaza Interchange is located at Westfield Tea Tree Plaza Shoppingtown
• Contact Westfield Tea Tree Plaza for opening times - ph: 8264 4011
• Hoyts nine Cinemas are open daily 10am - 12am

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De: João Carlos Cascaes [mailto:jccascaes@onda.com.br]
Enviada em: quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009 09:59
Para: 'leitor@gazetadopovo.com.br'
Assunto: Metrô em Curitiba

Prezados senhores

Curitiba precisa iniciar a construção de seu sistema metroviário.
A primeira linha é a mais demorada, difícil. Nessa etapa inicial tudo deve ser decidido, conquistado, planejado. Ou seja:
• Definição da empresa.
• Escolha da melhor solução técnica (arquitetura, tecnologia de veículos, vias, estações de embarque e desembarque etc.).
• Alimentação de energia (subestações, linhas, controles, supervisão)
• Obtenção de financiamentos (avais? Tomadores?).
• Formação de equipes técnicas.
• Desapropriações (trajeto, oficinas, centro operacional, estacionamentos ...)
• Estudos de impacto ambiental, audiências públicas, avaliação de contestações, correções.
• Avaliação do ante projeto após estudos ambientais, de solo, de comprometimento da cidade durante as obras etc.
• Elaboração de projeto executivo.
• Contratação de empreiteiras, fabricantes etc.
• Superação de contestações jurídicas (ao longo de todo o tempo).
• Treinamento de equipes operacionais.
• Fabricação, transporte, montagens de equipamentos.
• Colocação em operação.
• Etc.

Ou seja, ter o metrô operando normalmente durante a Copa do Mundo é muito pouco provável.
É importante, entretanto, aproveitar a oportunidade para viabilização do sistema.
Em tempo, quem usa transporte coletivo precisa de calçadas, travessias de ruas, segurança, acessibilidade.
Nosso povo optará pelo metrô se o governo federal, estadual e municipal aportarem recursos que permitam a operação com tarifas acessíveis ao trabalhador mais humilde.
Os sistemas metroviários são deficitários, a tarifa, quando muito, paga o custo operacional (salários, energia, manutenção).

Atenciosamente


Eng. João Carlos Cascaes
RG 850.694.9 – SSP do PR

Rua Dorival Pereira Jorge, 282, Vila Izabel, Curitiba – 80.320-060
Telefone: 3242 7082

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Simepar terá investimentos de R$ 2,5 milhões neste ano - 30/01/2009 17:20:00

http://www.agenciadenoticias.pr.gov.br/modules/news/article.php?storyid=44407


O Instituto Tecnológico Simepar, vinculado à Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), prevê para este ano investimentos de aproximadamente R$ 2,5 milhões. O recurso, proveniente do fundo mantenedor do instituto, vai ser utilizado na atualização e manutenção dos equipamentos responsáveis pelo monitoramento e previsões meteorológicas em todo o Paraná.

Considerado referência na América Latina, o Simepar realizou diversos investimentos nos últimos anos, garantindo uma infraestrutura adequada e moderna, além de profissionais altamente capacitados. Só em 2007, os investimentos para manutenção e atualização de equipamentos realizados pelo Simepar somaram R$ 895 mil.

Já no ano de 2008, os investimentos foram de R$ 1,327 milhão. Além dos recursos aplicados através do fundo, o instituto conta com investimentos realizados por meio de projetos financiados pela Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) e outras instituições de pesquisa.

Segundo o diretor adjunto do Simepar, Cesar Beneti, o Paraná registrou um aumento de 62% no número de estações meteorológicas automáticas nos últimos anos. “Passamos de 40 para 65 estações meteorológicas. É uma rede ampla e homogênea, que melhora a nossa eficiência e a qualidade dos serviços prestados à população”, afirmou.

Entre os principais investimentos realizados nos últimos anos, destaca-se a atualização do sistema de processamento de dados do radar meteorológico e também do hardware do equipamento, garantindo o seu bom funcionamento nos próximos cinco anos.

“A cada cinco anos, os equipamentos para monitoramento e previsão meteorológica devem ser atualizados, devido à evolução tecnológica natural do setor. Por este motivo, existe um ciclo de investimentos maiores a cada cinco anos”, explicou Beneti.

Nos últimos três anos, também foram substituídos os sensores das estações meteorológicas automáticas, além de quatro sensores para detecção de descargas atmosféricas.

Com o investimento de aproximadamente US$ 30 mil, ainda foi adquirido no fim do ano passado um sensor de descargas atmosféricas, instalado no Centro Politécnico da Universidade Federal do Paraná, que representou grande avanço para a meteorologia mundial.

Outro importante investimento realizado recentemente foi a substituição do equipamento para armazenamento de banco de dados do Simepar, além do software para processamento dessas informações. Desde 2005, o Simepar está substituindo todos os sistemas utilizados por softwares livres.

“É muito importante que tenhamos um equipamento capaz de armazenar grande quantidade de informações e que tenha agilidade para processá-las”, destaca Beneti.

A partir deste ano, a comunicação das estações meteorológicas do Simepar, que era feita através de satélites, será realizada através de telefonia celular. As informações, que antes eram enviadas a cada 3 horas, agora são emitidas a cada 15 minutos. Esse sistema de telecomunicação foi desenvolvido pelo próprio Simepar, através de um projeto de pesquisa.

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Empregos e acessibilidade

O Brasil foi mais uma vez surpreendido por crises econômicas advindas do cassino mundial em que se baseia a economia capitalista. No gozo de liberdades que os mais ingênuos defendem vigorosamente, os mais espertos (gângsteres) faturam e depois deixam a conta para o povo pagar. Doutores em Economia, mestres, operadores, bolsas de valores, ministérios e seus quadros caríssimos não foram capazes de antever esse pesadelo. Agora, números apontados, ficamos pensando em como somos logrados em prosa e verso.
Deixando de lado a raiva e pensando em soluções, observando o nível de desemprego crescendo, voltamos a nos lembrar das frentes de trabalho que eram criadas quando uma catástrofe acontecia. Medidas temporárias que evitavam o desespero de pessoas, que tinham o péssimo hábito de querer viver, foram um benefício a favor da dignidade, do prazer de poder sustentar famílias. No Paraná, no início da década de oitenta, adotou-se até a pavimentação de estradas com pedras irregulares para absorção de trabalhadores.
Temos novos cenários, mais leis (não cansam de fazê-las) e problemas que poderão ser resolvidos se os governos, em todos o três níveis, pensarem, por exemplo, na solução de um pesadelo para todos aqueles que precisam caminhar pelas nossas cidades.
O asfalto a serviço do transporte motorizado tem equacionamentos diversos. Empréstimos enormes são feitos para a turma atropelar mais gente. Em Curitiba vemos o pessoal da Prefeitura asfaltando e refazendo pisos sem parar. É impressionante o zelo com as nossas ruas. Com certeza o dinheiro para tudo isso vem de algum lugar, ao final pago pelo contribuinte.
Na capital paranaense discute-se a implantação do metrô, obrinha de um bilhão de dólares; existe dinheiro para isso gerando empregos aqui e até na Europa, Ásia ou América do Norte, afinal de contas muita coisa será importada e, se feita aqui, pagará royalties, dividendos, juros etc. para os estrangeiros.
Temos recursos para muitas obras ligadas ao transporte coletivo urbano, mas, e as calçadas? Adianta fazer ônibus desse ou daquele jeito se os seus usuários correm todos os riscos possíveis querendo chegar ou voltar dos pontos de parada? E as nossas calçadas, quando existem, são bem cuidadas, seguras, transitáveis? Será que todos os proprietários de imóveis estão preocupados com as pessoas que caminham?
O Governo Federal via BNDES poderia criar linhas de crédito exclusivas para a construção de calçadas nas cidades que apresentassem projetos coerentes com as exigências e necessidades das pessoas deficientes e de todos os usuários do transporte coletivo urbano. Com esse dinheiro em pouco tempo estaríamos gerando empregos e caminhos seguros para os pedestres. Nada mais justo e oportuno.
É urgente tirar dos donos de imóveis a responsabilidade pela construção e manutenção de passeios. As prefeituras poderiam, saberiam fazê-lo e embutir esse custo (construção de calçadas) em seus impostos. Dentro de um ano os primeiros projetos estariam gerando dezenas a centenas de milhares de empregos, num processo de transformação radical da paisagem urbana em nosso Brasil emergente. Convém lembrar, usando cimento, areia, água, mão de obra e projetos brasileiros.
Temos agora, pois, a oportunidade de corrigir falhas dantescas em nossas cidades, reduzir acidentes, atropelamentos, tombos, fraturas, custos para o INSS, aumentar a atratividade dos sistemas de transporte coletivo urbano e, nesse período de crise, a oportunidade de se criar postos de trabalho que evitarão o constrangimento de milhares de brasileiros que terminam escolhendo entre a indigência, catar e comer lixo ou o tráfico, a bandidagem. Para tudo isso basta criar um modelo de financiamento e de gestão das calçadas urbanas, retirando dos proprietários de casas, terrenos, prédios e coisas assim essa obrigação, a responsabilidade de fazer e cuidar do que não querem.
Podemos mudar para melhor, é só querer.

Cascaes
27.1.2009
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Transporte coletivo urbano e o cadeirante

Assistindo uma apresentação de um produto dedicado a pessoas deficientes, dependentes de cadeiras de rodas, participamos de uma discussão sobre o direito que todos têm à segurança. Se a incolumidade patrimonial dos cidadãos é importante, a garantia de que serão respeitados em suas necessidades que denominamos “acessibilidade”, termo de senso comum entre aqueles que se dedicam a essa causa, é algo mais do que sagrado, justo, mas infelizmente desprezado pelos gestores públicos.
O representante da empresa que mostrava seus produtos justificava, entre outros argumentos, sobre o risco de grandes indenizações em caso de acidente. Nos EUA, na cidade de Los Angeles, 32 pessoas deficientes ganharam um e meio milhão de dólares, cada um, só no ano passado em demandas por indenização após acidentes dentro dos ônibus. E aqui? Quando muito teremos o calvário de ações que talvez se concluam após muitos anos, dando à pessoa lesada uma compensação irrisória sobre os prejuízos que sofreu.
Afinal o poder político das concessionárias é enorme. Podemos, contudo, perguntar: interessa às empresas dedicadas ao transporte coletivo prestar serviços ruins?
Infelizmente caímos na armadilha da menor tarifa possível. Obviamente que a camisa de força obriga a todos reduzir custos, maximizar ganhos.
No transporte coletivo urbano ganha-se aumentando o número de passageiros por viagem, aumentando-se a velocidade do sistema, reduzindo-se o tempo de embarque e desembarque, utilizando-se ônibus tão baratos quanto possível, pagando-se mal os seus funcionários etc. Qual é o efeito do cadeirante? A entrada e saída de um cadeirante significam alguns minutos a mais na viagem, mais custo sem a compensação tarifária. Quem paga?
O sistema de Curitiba foi planejado para tirar do empresário a preocupação com os resultados operacionais, será?
Na implementação de normas operacionais a prefeitura poderá neutralizar a visão do serviço social determinando tempos mínimos de viagem que os motoristas deverão cumprir. Se não existir comunicação entre o motorista e alguma central de operação, on line, não haverá como informar atrasos. Se não existir uma frota operando com folga, haverá pressão por excessos. Isso e muito mais está fazendo do transporte coletivo um sistema ruim, desagradável.
A cidade deveria subsidiar explicitamente o transporte coletivo urbano; cada centavo gasto em asfalto de ruas sem ônibus deveria ter uma contrapartida no sistema. Fórmulas e análises precisariam ser feitas para uma gerência eficaz. Quando? Como? Quem?
Se algo poderá envergonhar algum brasileiro que se digne a ver os sistemas de transporte coletivo urbano nas melhores cidades européias é a diferença de atenção para com as pessoas deficientes. Ônibus com piso rebaixado, limitadores de aceleração e desaceleração, suspensão pneumática ajustada para o embarque e desembarque, lay out adequado às pessoas deficientes, comunicação com os passageiros, limites de densidade, comunicação, segurança e outros recursos, talvez invisíveis ao turista alheio a questões técnicas, mas reais, funcionais, efetivas, tudo estimulando o uso do sistema, fazendo da viagem nesses ônibus algo aceitável, muito menos constrangedor e perigoso do que em nossa pátria amada.
O debate na ADFP foi sensacional (26 de janeiro de 2009), produtivo. Nossa esperança é a de que ele se amplie pela cidade, pelas entidades dedicadas a pessoas idosas, doentes, deficientes, crianças etc.
Podemos e devemos ter um transporte coletivo urbano à altura de sua fama, maior do que a merecida.

Cascaes
26.1.2009